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O PSD requereu um debate de urgência no Parlamento com a presença do Primeiro-Ministro, para que António Costa esclareça o acordo firmado entre Portugal, Espanha e França sobre o designado “corredor de energia verde”. Este debate dever ocorrer imediatamente a seguir à discussão e aprovação do Orçamento do Estado na generalidade.
Em conferência de imprensa, no Porto, este domingo, Paulo Rangel reafirmou que, neste acordo, quanto à eletricidade e ao nuclear “ganhou a França”, nas energias renováveis “perde Portugal” e no, caso das “interligações do gás e do hidrogénio, ganham a Espanha e Barcelona e perdem Portugal e Sines”.
Para o vice-Presidente do PSD, o Governo, através da ministra da Presidência, não deu “sequer uma resposta esclarecedora e consistente”, optou pelo “registo da retórica e da propaganda”, ao passo que o ministro do Ambiente e da Ação Climática enveredou pela “inconsistência e o desconhecimento técnico de muitas das soluções vagas que propugnou”, como aconteceu em relação ao hidrogénio e aos gases renováveis, soluções prontamente “desmentidas por especialistas” e empresários.
Paulo Rangel diz que, agora, pela voz do ministro Duarte Cordeiro, ficamos a saber que “são os portugueses quem vão pagar a fatura” na parte nacional do projeto, mas que tanto podem ser "200 como em 300 milhões de euros". “Pior e mais grave, o ministro do Ambiente não foi capaz de dizer por que foram suprimidas e abandonadas as duas interligações elétricas nos Pirenéus. Em todo este dossier, o assunto mais importante para Portugal são as interconexões elétricas. Estavam previstas duas, ambas nos Pirenéus, ambas com financiamento europeu garantido. O ministro do Ambiente nem se referiu a elas, não foi capaz de explicar por que cedeu a toda a linha o Primeiro-ministro ao lóbi da energia nuclear francesa. Fica a pergunta que não vamos deixar cair: a troco de quê Portugal cedeu num interesse tão vital como das interconexões elétricas”, questionou.
O vice-Presidente social-democrata “não se conforma com este este acordo”, que poderá ser concretizado “em 2030”, “prejudica Portugal e a Europa". Paulo Rangel “não aceita nem a propaganda do Governo e do PS, nem a arrogância de quem se acha dono e senhor do interesse nacional”. “A defesa do interessa nacional não passa por retórica mole, sem rigor técnico, sem capacidade de esclarecer sobre as alternativas, os prazos e os custos. Nesta matéria, temos de ter visão e ambição. (..) Esta é uma matéria estratégica para as gerações futuras”, disse.