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Luís Montenegro insiste na necessidade de o Estado apostar cada vez mais no setor social e apelou ao Governo para que “não tenha nenhum tipo de complexo” em aproveitar “o potencial” das misericórdias portuguesas, que constituem “um bom exemplo” de como prestar um serviço com qualidade e também “em condições mais favoráveis do ponto de vista do consumo de recursos financeiros”.
Após uma reunião de trabalho com a direção da União das Misericórdias Portuguesa (UMP), em Lisboa, esta terça-feira, Luís Montenegro expressou firme vontade de o PSD, em sede de discussão do Orçamento do Estado de 2023, apresentar e ajudar a viabilizar “algumas propostas” dirigidas ao “setor social e às misericórdias em particular”.
“Eu insisto aqui, mais uma vez, para que o Governo não tenha nenhum tipo de complexo em aproveitar as misericórdias, as instituições sociais, para poder fazer face a problemas tão graves hoje no acompanhamento das famílias portuguesas, como o número de pessoas que não têm acesso a médico de família, a necessidade de ter uma rede de cuidados continuados a funcionar e com condições financeiras de se poder até multiplicar em termos de oferta, e mesmo nos cuidados de saúde primários”, afirmou.
O Presidente do PSD lamentou que, “infelizmente, o Governo nem sempre aproveite este potencial, nomeadamente em áreas cruciais como é a área da saúde”, na educação, na infância e “no acompanhamento das pessoas que já não estão na vida ativa”. “Desde que o doutor António Costa e o PS assumiram a liderança da governação, terminou um processo que estava em curso de atribuição às misericórdias da gestão de unidades hospitalares”, referiu.
Luís Montenegro considera que “há bons exemplos nas misericórdias portuguesas desse serviço, inclusivamente o Serviço Nacional de Saúde (SNS) recorre à capacidade instaladas nas misericórdias portuguesas, muitas vezes para recuperar listas de espera, para poder ter respostas que ele, SNS, não consegue oferecer às pessoas”.
Para o Presidente do PSD, “tem de haver uma forma mais correta, exigente naturalmente, que possa também viabilizar e não asfixiar o trabalho das misericórdias”, que passa, por exemplo, por “um regime fiscal que seja mais justo”. “Há aspetos do ponto de vista da justiça fiscal e das opções que de uma forma estruturada e estruturante se podem desenvolver que têm de ser trabalhadas em conjunto com a direção da União das Misericórdias, para poder viabilizar estas operações que são cruciais num tempo em que as pessoas se confrontam diariamente com o aumento do custo de vida, com grandes dificuldades no acesso a cuidados de saúde, com urgências fechadas, com listas de espera, com problemas que são muito profundos. Não aproveitar esta capacidade do setor social é um desperdício que é incompreensível”, sintetizou.