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Hugo Soares acusa o PS de ser “perito em desfazer” tudo na governação. “Temos um Governo socialista que não faz. Temos um Governo do PS que é perito em desfazer”, afirmou o Secretário-Geral do PSD, que vê neste padrão de comportamento uma continuação da expressão de Jorge Coelho – “Quem se mete com o PS, leva”. “Agora, quem põe o PS a governar não faz, mas desfaz”, apontou.
Hugo Soares, que participava na sessão de abertura das Jornadas Parlamentares do PSD, esta segunda-feira, deu como primeiro exemplo desta forma de desfazer a reforma do IRC acordada entre o PSD e o PS. “A verdade é se essa reforma tem continuado, hoje, o ministro da Economia (…) não precisava de ser desautorizado (…) pelo ministro Finanças e pelo Primeiro-Ministro, porque o IRC em Portugal já rondava nos 17%, ao contrário dos 21% que as empresas pagam atualmente”, referiu.
De acordo com Secretário-Geral social-democrata, o partido tem de ser capaz de explicar que, quando defende a descida do IRC, pretende libertar as empresas para “poderem investir” e pagar melhores salários.
Na saúde, “por opção ideológica”, sublinhou, “o PS não soube construir, mas desconstruir”. “Temos hoje o caos no SNS. O PS desfez as Parcerias Público-Privadas, designadamente, no Hospital de Vila Franca de Xira ou no Hospital de Braga”. Essa opção ideológica traduziu-se “em mais portugueses com menos médicos de família, mais horas de espera nas consultas, mais dias de espera para intervenções cirúrgicas e com as dívidas na saúde a aumentar”.
O Secretário-Geral deixou ainda um aviso, sobre a discussão que se avizinha no regresso ou não dos debates quinzenais ao Parlamento. Hugo Soares refere que “…a vontade do PS (e isto tem passado um bocadinho escondido) é transformar os debates quinzenais ou mensais numa espécie de comício do Primeiro-Ministro, em que este fala sozinho, não é interpelado, e no fim volta a fazer outro comício ao país”. Para Hugo Soares, “se o Primeiro-Ministro se furtar ao contraditório no debate com os deputados, ao imediatismo das perguntas, estamos perante mais um grande atropelo à democracia e ao funcionamento do parlamento. Não é e não deve ser admissível”, reforçou.
O Secretário-Geral agradeceu também aos deputados o trabalho que estão a fazer, de “oposição exemplar, firme e alternativa ao PS”. E declarou que, “para reganhar o eleitorado”, é preciso “recuperar o velho ânimo do PPD", de ouvir “e recrutar os melhores”, esse é, aliás, o objetivo das Jornadas Parlamentares, que contará com a presença de um painel de especialistas ao longo de dois dias.