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Luís Montenegro considera Francisco Sá Carneiro “uma inspiração” e a função do PSD é dar “aos portugueses os instrumentos para serem o que quiserem”, ajudando a construir uma sociedade próspera, “competitiva”, “mais justa” e “com oportunidades para todos”.
No lançamento do livro “Sá Carneiro – A ausência da liderança”, o quinto volume dos textos políticos do fundador do PSD, que decorreu na biblioteca da Assembleia da República e contou com a presença do militante número do PSD, Francisco Pinto Balsemão, Luís Montenegro referiu: “O principal do pensamento que aqui [no livro] está expresso e que reflete também este ponto de partida é que nós não somos um partido de direita e não somos um partido de esquerda. Seremos um partido moderado do centro, do centro-direita, do centro-esquerda, abrangemos um bocadinho toda essa área de pensamento – e teremos dentro de nós sempre essa discussão, porque faz parte da nossa identidade”.
Luís Montenegro lembra que, mais do que uma ideologia, “o PSD tem sobretudo uma ligação muito grande às pessoas, ao povo”. “Como dizia Francisco Sá Carneiro, somos um partido popular, não é por acaso que a nossa primeira designação foi Partido Popular Democrático”, disse, acrescentando que o PSD é o partido “que se preocupa com a dignidade de cada ser humano, que quer dar a cada possibilidade a possibilidade de alcançar os seus objetivos na vida”.
O Presidente do PSD, que assina o prefácio deste volume, sublinha que o partido liderou “os quatro melhores governos da democracia portuguesa”. Comparando o fim da década de 1970 e a atualidade, Luís Montenegro considerou que a grande diferença entre PS e PSD continua a ser “a linha política verdadeiramente reformista e transformadora dos sociais-democratas”, partindo para uma comparação entre os executivos liderados pelos dois partidos desde 1976. “Os governos da AD com Sá Carneiro e Balsemão foram muito mais transformadores do que foram os governos de Mário Soares, cada um no seu contexto histórico”, defendeu.
Luís Montenegro elogiou a obra dos governos liderados por Cavaco Silva, entre 1985-1995, por Durão Barroso, Santana Lopes, entre 2002 e 2005, e por Pedro Passos Coelho, entre 2011 e 2015, já que “marcaram a diferença em relação aos que os antecederam e aos que lhes sucederam”.
“Sinto um orgulho enorme em ser hoje Presidente do PSD e olhar para trás e ver tantos líderes e tanta gente qualificada, mas ver quatro governos que foram os quatro melhores governos da democracia portuguesa”, afirmou, desafiando os portugueses a confrontarem os resultados destes executivos com os dos liderados pelos socialistas.
“O engenheiro António Guterres deixou o país num pântano, José Sócrates na bancarrota e António Costa está num ciclo de empobrecimento que nos está a levar para a cada da Europa. (…) Antes disso, já tinha vindo o FMI duas vezes pela mão do PS. Isso diz muito do que deve ser a confiança, a esperança e a ambição que devemos ter no nosso projeto político para ficarmos à altura da história dos que nos antecederam e deixarmos aos vindouros trabalho, para prosseguirem com os mesmos princípios programáticos aqui definidos”, apontou.
O quinto volume dos textos políticos de Sá Carneiro, editado pelo Instituto Sá Carneiro e pela Alêtheia, é dedicado ao período dos anos de 1977 e 1978, durante os quais o fundador do PSD deixou a liderança do partido – daí o título “A ausência da liderança” – antes de regressar e tornar-se Primeiro-Ministro até falecer, em 4 de dezembro de 1980.