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Rui Rio acusa o Primeiro-Ministro de andar a pescar à linha, “mudando o anzol consoante o peixe que quer pescar”, para conseguir os votos necessários à aprovação de um Orçamento do Estado que não responde nem a questões estruturais, nem conjunturais. Toda a esta situação está, segundo Rui Rio, a conduzir a uma “profunda instabilidade política”.
No debate de apresentação do Orçamento do Estado para 2022, Rui Rio criticou o Primeiro-Ministro, que “decidiu acantonar-se à esquerda” e colocar-se “nas mãos” de BE e PCP, atravessando uma “linha vermelha” que Mário Soares nunca passou. “O dr. Mário Soares estabeleceu uma linha vermelha, não podia ficar nas mãos do PCP e do BE. O secretário-geral António Costa inverteu toda a lógica de Mário Soares e ainda disse que não precisava dos votos do PSD”, disse.
Para Rui Rio, “seis orçamentos aprovados” com o apoio dos partidos da extrema-esquerda colocaram Portugal “na cauda da Europa”. “Fomos ultrapassados por países pobres da antiga União Soviética, Estónia e Lituânia. O nosso salário médio é o penúltimo da União Europeia” [atrás da Bulgária”], salientou.
Rui Rio destacou que os governos de António Costa beneficiaram de “tempos favoráveis”, mas que não os aproveitou, distribuindo medidas pelo PCP e BE para ter os orçamentos aprovados. Por exemplo, a despesa corrente, nos últimos anos, aumentou 11 mil milhões de euros, para o produto nacional subir 15 mil milhões, edificando uma governação com um “Estado omnipresente”, que deixa a sociedade “presa, sem conseguir evoluir”.
Rui Rio gostaria de ver no Orçamento do Estado, por exemplo, uma resposta a problemas futuros nos setores do turismo e da energia, com a redução do imposto sobre os combustíveis, que António Costa prometeu baixar quando o crude subisse nos mercados, mas não o fez.
Para o Presidente do PSD, o Governo colocou-se de tal modo nas mãos de PCP e BE “que agora quem manda são eles” (PCP e BE).
Rui Rio assinalou ainda que, perante o atual cenário de crise política, há o “PRR para executar, a economia para continuar a desenvolver”, quando “as taxas de juro estão a subir”. “Perante este cenário, o Primeiro-Ministro disse que não se demitia: como é que quer governar?”, perguntou Rui Rio, sublinhando que o Presidente da República garantiu que, não havendo Orçamento aprovado, irá dissolver o Parlamento.
A Assembleia da República iniciou esta terça-feira o debate na generalidade da proposta de Orçamento de Estado para 2022, que será votada na generalidade na quarta-feira.