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O PSD apela ao Governo para que tenha “bom senso”, coloque o interesse nacional acima da “lealdade partidária” e nomeie uma personalidade “idónea” para liderar o Banco Português de Fomento. “Esperemos que o Governo tenha bom senso e o bom senso não é congelar [a nomeação], o bom senso é reconhecer que o interesse nacional se sobrepõe à lealdade partidária e que, portanto, o Governo identificará outra personalidade, idónea, para poder gerir o Banco de Fomento”, defendeu o deputado Duarte Pacheco.
Duarte Pacheco considera que Vítor Fernandes “não tem condições” para esta função por ter integrado administrações da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e do BCP que “lesaram o Estado em muitos milhões de euros”. “O PS costuma ser muito fiel aos seus companheiros de partido, aos seus ‘compagnons de route’, e por isso não nos surpreendeu essa indicação”, referiu.
Duarte Pacheco sublinha que Vítor Fernandes foi “alguém que esteve na administração famosa da CGD de Carlos Santos Ferreira e Armando Vara que lesou a Caixa em muitos milhões de euros e que concedeu, por exemplo, créditos a Joe Berardo”. “Depois participou com o dr. Armando Vara e o Dr. Santos Ferreira no processo de assalto ao BCP, praticamente destruindo o BCP, e finalmente acabou no Novo Banco”, acrescentou.
O deputado lamenta que, “perante estes factos”, “a lealdade a um companheiro de partido” tenha levado o Governo a propor o seu nome para ir gerir os fundos europeus no Banco de Fomento. “Também nos surpreende a forma pouco séria ou, no mínimo leviana, como o Banco de Portugal estuda a idoneidade das pessoas indicadas”, criticou.
Para Duarte Pacheco, não estão sequer em causa “indícios” que surgiram no âmbito da operação “Cartão Vermelho”, mas “casos reais que lesaram o Estado e o sistema financeiro em muitos milhões de euros e estão comprovados”. “Quando o Banco de Portugal diz agora que vai avaliar por causa destes indícios, então e o resto não contou, o passado não contou? É uma vergonha”, acusou.
Esta segunda-feira, o PSD, em requerimento, solicitou “esclarecimentos detalhados” sobre decisões que tiveram a intervenção de Vítor Fernandes em relação a todos “os processos onde interveio, direta ou indiretamente, formalmente ou informalmente, o antigo administrador” do Novo Banco, no âmbito das “reestruturações ou alienação de créditos de grandes devedores” da instituição, “em especial os abrangidos pelo mecanismo de capital contingente”.