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Rui Rio acusa o Primeiro-Ministro de enveredar pela grosseria e pelo “insulto” na entrevista que o chefe de Governo deu no fim de semana e de “não querer fazer reforma nenhuma” na Justiça quando “deveria ser o primeiro” a fazê-lo, não só por causa da “operação Marquês”, mas também de “outros casos”.
O Presidente do PSD, que recebeu esta segunda-feira, no Porto, o Sindicato dos Oficiais de Justiça, reafirma que “a Justiça não funciona, a Justiça não está de acordo com os parâmetros fundamentais do Estado do Direto Democrático e aquilo que Primeiro-Ministro tem a dizer às propostas” do PSD é que “o Governo não quer fazer uma reforma na Justiça”.
“Os insultos que o Primeiro-Ministro me fez não interessam ao futuro do país. A entrevista não teve o nível que deve ter para um Primeiro-Ministro. O que interessa é que tirámos a conclusão de que o Governo não quer fazer nenhuma reforma da Justiça. Este Governo, e em particular este Partido Socialista, devia ser o primeiro a aprender e a desejar que houvesse reforma na Justiça. É no enquadramento que lhe fazem sobre a operação Marquês e o engenheiro José Sócrates que ele dirige as primeiras palavras desagradáveis, praticamente insultos, à minha pessoa. Perante um caso como a operação Marquês e muitos outros a resposta não devia ser insultar líder da oposição, mas de abertura para reformarmos a justiça em Portugal”, especificou.
Rui Rio lamenta ainda que o Primeiro-Ministro ainda não tenha ultrapassado a derrota política nas eleições legislativas regionais nos Açores. “O Primeiro-Ministro não conseguiu ultrapassar a derrota nos Açores. Aquilo que aconteceu nos Açores foi aquilo que o povo diz ‘Quem com ferros mata, com ferros morre’. Aconteceu nos Açores aquilo que ele fez aqui em Portugal [continental] em 2015. Provou do seu próprio veneno e não engoliu essa derrota”, apontou.
Rui Rio qualifica as declarações do Primeiro-Ministro de “hipocrisia”, lembrando as interferências do Governo na escolha do procurador europeu, quando na semana passada, o Parlamento Europeu criticou o Governo português por “ter interferido na independência judicial, ao escolher para procurador europeu, não quem tinha o mérito para isso, mas quem o Governo queria para esse lugar”.