O pacote de medidas do Governo é uma reação tardia às propostas do PSD, não está centrado nas famílias, mas na “arrecadação de impostos” e “a principal novidade dada pelo Primeiro-Ministro é que os pensionistas vão receber zero face ao que receberiam ao abrigo da lei de atualização de pensões”.
Em conferência de imprensa, esta segunda-feira, António Leitão Amaro acusou o Executivo: “Este pacote de medidas vem tarde. Tudo está mais caro. Temos um Governo que age tarde, faz o que outros governos já fizeram, medidas que podiam e deveriam ter sido apresentadas antes. O Primeiro-Ministro faz esta ilusão, de começar a pagar agora, para no próximo ano pagar menos do que deveria. A grande novidade é uma ilusão”.
Para o vice-Presidente do PSD, os pensionistas em concreto vão receber zero face ao que receberiam de acordo com o mecanismo em vigor de atualização das pensões.
António Leitão Amaro acusa, ainda, o Governo de não proteger os consumidores de gás e de combustíveis, já que não contempla qualquer medida para estes casos, como defende a proposta do PSD, que prevê a redução do IVA, para 6%, para a generalidade da energia – incluindo o gás e combustíveis –, e não apenas na eletricidade.
O vice-Presidente social-democrata conclui que a artimanha do chefe do Governo é “coisa habitual para quem julga que não há limite na cobrança de impostos: calcular também aquilo que a mais podia ter cobrado, se tivesse os impostos ainda mais altos”. Ora, segundo António Leitão Amaro, isso não é propriamente devolver dinheiro aos portugueses, mas antes pôr o “Estado moderar o seu apetite na cobrança de impostos”, com base em contas públicas colocadas em causa pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).