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Luís Montenegro diz que o objetivo do PSD é escrutinar de forma “vigilante” o Governo e “dar ao país” a orientação “que tem faltado nos últimos anos”. O PSD não quer ser protagonista da oposição de mero “protesto”, de “criticar por criticar” ou de “propor comissões de inquérito parlamentar à razão de uma semana”.
“Nós vamos ser bons a fazer oposição, para sermos muito melhores, depois, a governar o país. E o país precisa dessa oposição, precisa da exigência, precisa da vigilância, precisa do escrutínio. As coisas que acontecem e que não são bem explicadas têm de ser explicadas. E nós, não nos vamos cansar de exigir do Governo, do Primeiro-Ministro, as explicações. Sobretudo, daquilo que é importante e que vai acontecendo em Portugal”, afirmou.
Luís Montenegro, que participava na tomada de posse dos órgãos da Comissão Política Distrital do PSD da Guarda, voltou a denunciar as intromissões do Governo quer junto do sistema financeiro quer junto do regulador central, o Banco de Portugal. “Viemos a saber que o ex-governador do Banco de Portugal denunciou que o senhor Primeiro-Ministro quis intervir e interferir diretamente no exercício, precisamente dessa função independente, a propósito da atribuição, ou não, da idoneidade a uma pessoa para fazer parte da administração de uma instituição bancária. E nós não nos vamos eximir a exigir do senhor Primeiro-Ministro o esclarecimento cabal dessa situação”, garantiu.
O Presidente do PSD lembrou, ainda, que “terá havido um esquema premeditado de desvalorização de um ativo financeiro no caso do BANIF que estava num processo de venda e que nas costas do regulador e nas costas do país, aparentemente, o Governo e o Primeiro-Ministro, andavam já, em Bruxelas e em Frankfurt, a apresentar o cenário da resolução”.
Luís Montenegro insta o Primeiro-Ministro a esclarecer “o que é que disse, se disse, ao ex-governador do Banco de Portugal, a propósito do reconhecimento da idoneidade ou não da engenheira Isabel dos Santos, para ser administradora do BIC, depois EuroBic”. E acrescentou: “O senhor Primeiro-Ministro vai ter que dizer se andava ou não andava já, a colocar o cenário da resolução ou da pré-resolução em cima da mesa com o Banco Central Europeu e com a Comissão Europeia, que fez com que o Banif não fosse vendido por um preço que o mercado lhe estava a atribuir (…) e se isso não foi intencional”.
O líder do PSD considera que “há duas coisas em que os socialistas fazem sempre bem: Powerpoints, anúncios e intenções, e depois descansar nisso”.
Luís Montenegro conclui que Portugal “precisa de uma alternativa política, precisa de uma nova orientação” e de “pensar no futuro, como queremos tratar o nosso território, fixar pessoas, reter o talento dos jovens, como queremos criar mais riqueza e ganhar a competição com outras geografias”, mas “não a pensar nos comboios de 2050, porque este mesmo mapa [ferroviário] foi apresentado há, pelo menos, 10, 15 anos”.