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Luís Montenegro acusa o Governo de “enganar os municípios” por causa da gestão do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Eles [Governo] não estão a ouvir as pessoas, estão a fazer campanha política. E ainda estão a fazer pior: estão a ir de terra em terra, perguntar aos presidentes da Câmara que projetos têm ali à mão, em mais avançado estado de execução, para não perderem dinheiro. Mais, estão a fazer isso com estimativas de custo que, muitas vezes, ficam muito aquém dos custos reais das obras, querendo dar um presente envenenado aos municípios: ‘deem-nos projetos, nós metemos no PRR, isto está orçamentado em 100, vai custar 200 e os 100 de diferença pagam vocês’. O Governo português está a enganar os municípios portugueses, está a enganar o espírito do PRR, está a fazer campanha política”, afirmou.
Criticando o périplo “Governo + Próximo”, que é uma imitação do “Sentir Portugal” do PSD, Luís Montenegro denunciou que “os socialistas adoram ter placas [publicitárias]”, porque “há placas de coisas que nunca viram a luz do dia”.
No encerramento da iniciativa “Road to Recovery” (“A caminho da recuperação”) do PPE, esta sexta-feira, em Lisboa, o líder do PSD sublinhou que “uma das faturas da governação socialista é a ausência de transformação estrutural”.
Nesse sentido, Luís Montenegro defende o correto aproveitamento dos fundos europeus para contrariar a ausência de reformas durante os últimos sete anos e que teriam “um impacto mais positivo” na criação de “ciclos económicos virtuosos”.
“O Governo português foi adiando investimentos públicos essenciais e aproveitou o tal Euromilhões [fundos] e canalizou para a esfera pública todos os meios, quando eles deveriam estar direcionados para os fatores produtivos, para o investimento, para as empresas e para as famílias, que sofrem as agruras do processo de inflação”, acrescentou.
Para o líder do PSD, “as contas públicas equilibradas dos socialistas têm pés de barro. Carga fiscal máxima. (…) Investimento público mínimo. (…) E uma economia a crescer muito menos que as economias dos países da coesão. O que são as contas equilibradas? Impostos, falta de investimento público e falta de crescimento económico”.
E apontou mais duas debilidades na atual aplicação do PRR: “uma centralização completa da gestão dos fundos” e “um excesso de burocracia”.
Luís Montenegro garantiu que “o PSD está fortemente empenhado em ser uma voz ativa na Europa” e, no domínio dos fundos, o objetivo é fazer com que o nosso país deixe de ser dependente dos fundos europeus. “O meu objetivo para Portugal é um dia sermos contribuintes líquidos da Europa. O desígnio de Portugal não é ser um país da cauda da Europa, é estar na linha da frente da Europa”, disse.