Luís Montenegro rejeita o regresso de Portugal “ao socratismo” e a uma política que traria “fatalmente desequilíbrios orçamentais no futuro”, atribuindo semelhanças entre “protagonistas e discursos políticos”.
“É altura de dizer não ao regresso do socratismo, não ao regresso de uma política que trará fatalmente desequilíbrios orçamentais no futuro”, afirmou.
Esta terça-feira, durante um almoço-debate da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), no Porto, o líder da AD considerou que, nos últimos dias, “determinadas narrativas políticas” se assemelham “mais ou menos a 2009, quando em vésperas de eleições se prometeu de uma assentada fazer tudo aquilo que não tinha sido feito até ao momento”.
Aos empresários presentes no almoço, Luís Montenegro enumerou alguns dos objetivos do programa económico da Aliança Democrática (AD), apresentado dia 24.
Desde logo, sublinhou que a diminuição da carga fiscal (“sobre os impostos do rendimento do trabalho”), a manutenção das contas públicas equilibradas e o crescimento da economia “na casa dos 4%” são “objetivos ambiciosos” que se enquadram num “projeto de desenvolvimento” da AD a longo prazo para Portugal.
“Se nós formos comparar com todos os países de Leste que aderiram à União Europeia, que estão no espaço da coesão, [constatamos que], e desculpem a expressão à moda do Porto, perdemos largo. (…) Na década de 1985-1995, nós tivemos [desenvolvimento]. Podemos ter uma década, duas décadas, de desenvolvimento económico que seja duradouro e robusto”, apontou.
No almoço, onde marcaram presença vários empresários e o candidato da AD pelo Porto às eleições legislativas, Miguel Guimarães, o líder da AD salientou ainda que “alguém tem de travar a forma como se concebem os Orçamentos do Estado em Portugal”, sobretudo no plano fiscal.
“O Orçamento de Estado é a maior manta de retalhos e de transformação da legislação fiscal que eu conheço no mundo”, referiu, acrescentando que praticamente “todos os impostos são alterados anualmente” e que o seu ideal de Orçamento do Estado “é aquele que não mexe nos impostos”.
A par dos impostos, o líder da AD defendeu a necessidade de reter o talento jovem, dinamizar a produtividade das empresas, potenciar o crescimento económico, digitalizar a economia e retribuir a classe média “pelo seu esforço”.
“É minha convicção de que Portugal precisa de arriscar”, sintetizou.
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