O Presidente do PSD, o líder do CDS-PP e o Presidente do PPM formalizaram este domingo, no Porto, o acordo de coligação Aliança Democrática para as eleições legislativas e europeias, que junta ainda personalidades independentes “com espírito reformista e moderado”.
Na assinatura do acordo, Luís Montenegro defendeu que este é “um projeto político de esperança e confiança”, o único capaz de superar o “falhanço clamoroso” de oito anos de governação socialista. “O projeto político da AD não se alimenta nem pela ameaça nem pela hostilidade e não se move, ao contrário dos nossos adversários, pelo passa-culpas, pelo ressentimento ou pela instigação infantil do medo. Ao contrário do PS, não é um movimento político ressabiado”, afirmou.
O Presidente do PSD voltou a apontar os motivos da dissolução do Parlamento. “Faltou competência ao Governo, a todos os membros que por lá passaram, faltou capacidade de transformação e vontade política, porque instrumentos para mudar ninguém teve como agora”, considerou.
Numa referência ao Congresso do PS, Luís Montenegro mostrou-se chocado “que o grande ausente tenha sido o Serviço Nacional de Saúde”. “Neste Congresso, o novo líder e o antigo líder – os dois com responsabilidade, porque os dois se sentavam no Conselho de Ministros – tudo fizeram para desviar a atenção, para ignorar e desprezar o que é hoje para muitos portugueses a primeira preocupação que têm: a saúde”, criticou.
O líder do PSD elegeu a Saúde como “a grande prioridade social do Governo da AD” e apelou a uma reflexão sobre o estado do SNS nas legislativas de 10 de março de 2024.
“Há muitas razões para mudar de Governo, mas a degradação do SNS por si já era suficiente para pôr o Governo socialista na rua e para pôr um novo governo a cuidar da saúde dos portugueses”, salientou.
O líder social-democrata comparou a situação atual do país à de 1979 – quando foi criada a primeira Aliança Democrática com CDS-PP e PPM – considerando que, então como agora, o país está “numa encruzilhada, num impasse”, e vive-se “um tempo de ressaca de todas as experiências de governação socialistas”, quer com maioria absoluta, quer com apoio formal ou informal dos partidos à sua esquerda. “Todas redundaram no mesmo resultado: um falhanço clamoroso dos objetivos a que se propuseram. Diante deste impasse, desta incapacidade, impõe-se mesmo criar uma nova esperança, um novo projeto de confiança”, disse.
Num discurso de meia hora em que apontou também falhas ao Governo nas áreas da educação, habitação ou na redução da pobreza, Luís Montenegro parafraseou o histórico dirigente e antigo Primeiro-Ministro e líder do PSD Carlos Mota Pinto. “Nós hoje somos muitos nesta sala – esta sala que está a ferver e fervilhar de entusiasmo – amanhã seremos mais, vamos ser milhões, vamos ganhar as eleições e transformar Portugal”, apelou.
A cerimónia da assinatura do acordo de coligação Aliança Democrática contou ainda com a intervenção do ex-bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, na qualidade de representante dos independentes.
Leia aqui o acordo de coligação da Aliança Democrática.
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