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Paulo Mota Pinto acusa o Governo de falhar as promessas eleitorais feitas há três meses e de “enriquecer o Estado e empobrecer os portugueses” no seu primeiro Orçamento do Estado com maioria absoluta.
No encerramento no debate do Orçamento do Estado para 2022, o líder parlamentar do PSD afirmou que o documento não serve Portugal e os portugueses e criticou o Governo socialista por, apesar de terem mudado as circunstâncias, ter insistido no documento que tinha apresentado ao parlamento em outubro, apenas “recauchutado” e “recondicionado”.
“O Governo olhou para uma mão e viu a proposta de Orçamento que tinha sido rejeitada; olhou para a outra mão, e viu a maioria absoluta entretanto conquistada pelo PS; e daí a concluir que não valia a pena esforçar-se para apresentar a esta Assembleia um Orçamento consentâneo com a atual realidade, pois podia fiar-se no peso da sua maioria absoluta, foi apenas um pequeno passo”, criticou.
De acordo com o líder da bancada do PSD, os socialistas, “apenas três meses após as eleições, estão já a incumprir de forma flagrante as promessas que fizeram durante a campanha eleitoral”, referindo-se, em concreto, ao compromisso de aumentar os rendimentos dos portugueses.
“Hoje, já todos percebem o embuste. Como os portugueses já estão a notar, a sua perda de rendimento não é uma falácia inventada pela oposição. É real e efetiva, e tem vindo a ser agravada pela divergência da nossa criação de riqueza em relação à média europeia”, adiantando que o país mergulhou “num processo de empobrecimento relativo sem fim à vista”.
Mota Pinto defendeu que o parlamento “não pode deixar passar em claro esta clara quebra de compromisso do PS e do Dr. António Costa”, considerando que a promessa de aumento dos rendimentos foi feita já com a consciência de que iria ficar por cumprir.
“O mais perverso de tudo é que, com o atual nível de inflação, o Estado está a aliviar as suas necessidades financeiras e a enriquecer. O Estado socialista enriquece, os trabalhadores empobrecem”, acusou.
Como maior pecado do orçamento, Mota Pinto aponta a falta de “coragem ou visão reformista”.
“O Orçamento para 2022 mostra uma vez mais que este Governo e este primeiro-ministro são os menos reformistas, os mais conservadores que tivemos desde o início do século, seja por acomodação, seja por taticismo, seja por receio de perda de popularidade”, criticou.
Por estas razões, Mota Pinto frisou que “o PSD não pode deixar de votar contra a sua aprovação”.