O Grupo Parlamentar do PSD entregou uma pergunta dirigida ao Governo em que questiona a Ministra da Saúde sobre o não aproveitamento, pelo Serviço Nacional de Saúde, do Hospital Compaixão, em Miranda do Corvo, no âmbito do combate à COVID-19.
No documento, os social-democratas relembram que em Miranda do Corvo, “permanece encerrado, há mais de um ano, um hospital novo, por inaugurar, dotado de moderno e diferenciado equipamento hospitalar, e que podia e devia ser utilizado, em articulação com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), no combate à pandemia por COVID-19”.
O Hospital Compaixão “dispõe de 55 camas de internamento, em quartos com casas de banho individuais, tendo ainda um bloco operatório com duas salas de cirurgia, área para de urgência, setor ambulatório, consultas externas e internamento, equipamentos de imagiologia e diagnóstico, ecografia, TAC ou RX, bem como diversos ventiladores. Apesar de, em abril de 2020, os responsáveis da FADFP terem disponibilizado o referido hospital para receber doentes infetados ou não por COVID-19, a verdade é que, nestes 10 meses, o Ministério da Saúde ainda não aproveitou as suas instalações, preferindo usar tendas ou transformar pavilhões em unidades de saúde para acolhimento de doentes”, lê-se.
O PSD acrescenta que “apesar do tremendo esforço dos seus profissionais, as urgências do Hospital dos Covões estão, presentemente, com a sua capacidade de resposta seriamente comprometida, como o ilustra o facto de, no respetivo espaço, dimensionado para cerca de 60 utentes, não raras vezes, permanecer mais de uma centena de doentes à espera de internamento. Neste contexto, não se compreende a razão de não haver, entre o Estado e a FADFP, um acordo de cooperação envolvendo o Hospital Compaixão, similar aos existentes com os hospitais das Santas Casas da Misericórdia, que garanta uma adequada assistência aos utentes do SNS na região Centro, particularmente na atual situação pandémica que o País enfrenta e que, infelizmente, se está a agravar a cada dia que passa”.
O PSD questiona:
1. Considera o Governo útil ou não a celebração de uma convenção entre o Serviço Nacional de Saúde e a Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional (FADFP), com vista à disponibilização das 54 camas de internamento do Hospital Compaixão para receber doentes infetados ou não por COVID-19?
2. Em caso afirmativo, para quando está prevista a colocação do Hospital Compaixão ao serviço dos doentes, especialmente os oriundos da região Centro?
3. Que contactos existiram, até à presente data, entre os serviços do Ministério da Saúde e a FADFP, com vista à disponibilização do Hospital Compaixão no contexto do combate à COVID-19