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No 27.º Congresso do Partido Popular Europeu (PPE), família política a que pertence o PSD, esta terça-feira, em Roterdão, Rui Rio apelou ao aperfeiçoamento da democracia, que, não obstante “muitos defeitos e muitas limitações”, “continua a ser o menos mau de tudo o que, até hoje, se conhece”.
O líder do PSD considera que a reforma da democracia “é da máxima importância, no sentido da sua adaptação aos novos tempos”, isto quando se assiste “no espaço europeu em geral a uma degradação do Estado de Direito Democrático”, e quando em simultâneo “o populismo e o autoritarismo avançam em praticamente todos os Estados-Membros da União Europeia, bem como noutras democracias do mundo”. Recrudescem, segundo Rui Rio, “pressões externas de regimes autoritários, com particular destaque para a Federação Russa”.
No plano externo, o líder do PSD enaltece, sobretudo, o papel da democracia no quadro das Relações Internacionais. “As democracias são regimes pacíficos. A sua contínua expansão é, assim, um instrumento crucial para a paz no mundo. Em sentido inverso, o avanço das potências autoritárias é hoje a maior ameaça à segurança e à ordem internacional. A invasão da Ucrânia por parte da Rússia constitui um ataque ao nosso modo de vida, que tanto nos custou alcançar, e de que nunca podemos abdicar”, referiu.
Citando o 28.º Presidente dos Estados Unidos Woodrow Wilson, Rui Rio insiste que “temos de ‘tornar o mundo mais seguro para a democracia’”.
No plano interno, Rui Rio exorta à realização de “resultados concretos em termos de justiça social, de modo a impedir que os mais frágeis sejam enganados por propostas políticas de perfil demagógico”. “Quem é pobre não pode ser verdadeiramente livre. Por isso, a nossa principal arma é a promoção de uma classe média maior e mais robusta, em que as suas melhores munições são o progresso e a criação de riqueza com justa distribuição. A liberdade de mercado é a bússola dos Estados mais ricos, mas ela tem de ser moderada pela mão visível do Estado. O seu papel é decisivo nas áreas sociais, como a Saúde, a Educação ou a Segurança Social. Mas é-o, também, na regulação de certos mercados e na proteção da livre concorrência”, disse.
Rui Rio sublinha que, “tal como em agosto de 1914, hoje, no centro da Europa, mais uma vez mulheres, homens e crianças inocentes temem pelas suas vidas”. “E pela sua liberdade. A causa de tal barbaridade é o imperialismo e o seu total divórcio dos valores e princípios humanistas que, a todos, nos devem unir. Valores e princípios essenciais para a construção de um mundo mais pacífico, mais feliz, e mais respeitador dos direitos humanos. Um mundo pelo qual, em Portugal, o PSD sempre lutou e, pelo qual – disso estou certo – o PPE, na Europa, sempre lutará”, concluiu.
Fundado em 1976, o Partido Popular Europeu é a família política europeia pioneira do centro-direita, cujas raízes se consolidam na história do continente europeu. É presidido atualmente por Donald Tusk. O 27.º Congresso do PPE termina na quarta-feira, 1 de junho, em Roterdão.