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Luís Montenegro acusa o país de estar “a ser enganado” com o Orçamento do Estado para 2024, uma proposta que prossegue o “ciclo socialista que empobrece Portugal”, prevê cobrar mais impostos, definha os serviços públicos na saúde, na educação, na habitação, e “nivela a sociedade por baixo”, enfraquecendo a classe média.
“Este Orçamento não tem nenhuma estratégia económica e fiscal, para criar riqueza, pagar melhores salários, não premeia a produtividade, não há uma ideia de desenvolvimento económico, não há um estímulo para o investimento das empresas”, afirmou.
Esta terça-feira, no encerramento das Jornadas Parlamentares do PSD, na Assembleia da República, Luís Montenegro apresentou as “cinco razões” que justificam a orientação de voto da bancada do PSD para o Orçamento do Estado: a descida do IRS do Governo para a classe média, que “é mais limitativa” do que a proposta social-democrata; a conceção de IRS do Governo para os jovens, assente em medidas esporádicas e “conjunturais”, “não estruturais”, “nem dá previsibilidade para os jovens portugueses” – o PSD defende que os jovens até aos 35 anos paguem uma taxa máxima de IRS até aos 15%; a política fiscal “errada”, de um “Governo que dá com uma mão e tira com as duas [mãos]", e insiste na imoralidade de voltar “a ganhar dinheiro à conta da inflação”, com a receita do IVA, ISP, IUC, impostos especiais de consumo a crescer; a ausência de “uma estratégia económica”; e, finalmente, o Orçamento de “impostos máximos e serviços mínimos” e “não resolve os problemas do dia a dia das pessoas”.
O líder do PSD considera que “o país precisa de um Governo de realidade”, uma conceção que valorize efetivamente a classe média.
No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, e quando é tornado público um retrato sobre a realidade nacional elaborada pela Pordata, o líder do PSD disse que “realisticamente, no dia a dia, nós temos uma sociedade mais pobre”. “Um social-democrata jamais se pode resignar num país onde 1/3 do agregado familiar tem um rendimento inferior a 833 euros brutos. Um democrata tem de sentir vergonha de uma sociedade em que 53% dos agregados familiares têm um rendimento inferior a 1125 euros brutos”, especificou.
A concluir a intervenção de 35 minutos, Luís Montenegro referiu que “ter contas certas à custa do sofrimento das pessoas, famílias, empresas e do crescimento económico, com esta estratégia, isso não é futuro para Portugal, não se aguenta para sempre. (…) O país precisa não de aparências, mas de realidade”.
As Jornadas Parlamentares do PSD decorreram na segunda e na terça-feira, na Assembleia da República, sob o lema “Um Programa de Emergência Social para a Classe Média”.