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Professores: “é possível fazer mais do que tem sido feito”
O Presidente do PSD defende uma solução equilibrada de negociação entre os professores e o Governo. Luís Montenegro expressou esta ideia em entrevista ao Jornal ECO, afirmando que “tinha que se encontrar na administração pública, na recuperação das carreiras professores e de todos os profissionais da administração pública, um critério de alguma uniformidade, alguma justiça relativa". O líder do PSD defende a avaliação dos professores, mas não é favorável à imposição de quotas que, no seu entender, “pode deixar de fora critérios de progressão da carreira profissionais que, ainda assim, são muito bons".
Sobre o problema da colocação de professores, “admito que quando se fazia a colocação de professores à mão, fosse muito difícil com tantos milhares de profissionais, mas hoje, com as ferramentas que temos, é um dos casos onde a inteligência artificial deve servir para corrigir automaticamente. Quando os professores pedem um processo de colocação mais justo, é possível fazer muito mais daquilo que tem sido feito”, acrescentou Luís Montenegro.
No caso dos alunos, o Presidente do PSD diz defender “quer a avaliação dos alunos, quer da avaliação dos professores. Acho que foi um erro tremendo acabar com a avaliação, vamos chamar lhe vinculativa, dos alunos nos fins dos ciclos de aprendizagem e a passagem para as provas de aferição. Isso retirou exigência e, por via disso, também qualidade”.
“A TAP deve ser uma companhia 100% privada”
Luís Montenegro disse ainda, em entrevista ao ECO, que a gestão da TAP, liderada por Manuel Beja e Christine Ourmiére-Widener, tem de sair, acrescentando que “o problema da TAP não está no processo de reprivatização, o problema da TAP, o mais profundo, o mais impactante e que, do meu ponto de vista, constitui e constituiu um crime político e financeiro, foi a renacionalização de parte do capital em 2016. Isso desembocou numa responsabilização do Estado, que não era admissível no processo que estávamos”.
Por isso, “a TAP deve ser uma companhia 100% privada, o meu entendimento é esse e o caminho que estava a ser seguido era esse. O que é incompreensível, e tem de ser alvo de uma responsabilização, é que quem achou que esse caminho não era correto, quem achou que o caminho correto era a renacionalização, quem, consequentemente, com isso, injetou mais de três mil milhões de euros nessa companhia, venha, afinal, fazer aquilo que era para se fazer há sete anos”.
Tal caso é, aliás, elucidativo sobre a forma como o PS governa, pois “as decisões que foram tomadas, sobretudo no início dos seus governos em 2016, vieram todas a revelar-se altamente penalizadoras. Falo-lhe de três ou quatro… Esta renacionalização da TAP, a área da saúde que hoje está caótica em Portugal, houve várias reversões nas parcerias público privadas, no caso da educação, não nos esqueçamos que uma das primeiras medidas do Governo do Partido Socialista foi acabar com os exames nacionais. Foi acabar com uma exigência que trazia qualidade ao ensino. E, sinceramente, hoje, sete anos depois, estamos a sofrer as consequências dessas”.
Apoios do PRR devem ter menos burocracia
“Menos burocracia, com mais meios adstritos às famílias, às empresas, aquilo que são os motores da economia, aqueles que criam emprego e não apenas o Estado”. Esta é a visão do Presidente do PSD para que os apoios do PRR cheguem mais rapidamente e não sejam apenas parte da “farra socialista”.
Luís Montenegro denunciou ainda que “há aqui uma desproporção entre aquilo que são as execuções que o Governo tem em mente de atingir e aquilo que é, depois, o dinheiro que chega à economia. E as empresas, igualmente, todas elas se queixam da parte que é pequena do PRR, todas elas se queixam de excesso de burocracia e de falta de cabimento. Mas posso falar também do PT2020, em que ainda faltam quatro mil milhões de euros para executar, e do PT2030 que ainda não começou e que, por aquilo que os agentes económicos nos têm dito, está também atrasado. Está a acontecer uma outra coisa: Como o PRR não responde à economia, como o PT2020 não foi totalmente executado, ainda estão a canalizar projetos que vêm detrás precisamente para o PT2030”.