Adão Silva: “Temos um Executivo acobardado perante os mais fortes”

21 de julho de 2021
Grupo Parlamentar Estado da Nação

Adão Silva considera que no momento em que Portugal precisa de um Governo com coragem para enfrentar os interesses instalados, temos um Executivo avesso a reformas e “acobardado perante os mais fortes.”
No debate do Estado da Nação, que no entender do líder parlamentar do PSD “não é bom”, Adão Silva realçou a diferença de tratamento do Governo em relação aos portugueses e às em-presas, que “sofrem as consequências diretas desta política socialista”, e em relação à TAP, Novo Banco e EDP. De acordo com Adão Silva, ao mesmo que se regista um aumento do nível de falências, uma subida do desemprego, o agravamento da situação social e o desânimo dos empresários, “não falta dinheiro para enterrar na TAP e no Novo Banco”.
“Para o Novo Banco, os portugueses já pagaram cerca de 8 mil milhões de euros, tendo a auditoria do Tribunal de Contas descoberto que, a estes, ainda se podem somar mais 2 mil milhões. Para a TAP já voaram 1,7 mil milhões e revelam-nos as notícias que o Governo ainda pretende lá despejar mais 2 mil milhões de euros”, revelou o deputado.
Já a EDP, afirma o líder parlamentar do PSD, teve tratamento governamental especial. “Enquanto o fisco não larga, impiedosamente, os cidadãos e as nossas empresas, o Governo desdobra-se em justificações, no sentido de apoiar a EDP, na sua criativa engenharia de fuga aos impostos”.
Além dos problemas do setor da Saúde e Educação, Adão Silva afirma que a pasta da Administração Interna demonstra o desnorte em que se encontra o Governo. Para o social-democrata, sucedem-se os exemplos de descoordenação e de falta de rigor, como seja o caso da morte de um cidadão ucraniano nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, os anárquicos festejos do campeonato nacional de futebol, o caos na final da Liga dos Campeões, a falta de condições de higiene e de trabalho de cidadãos imigrantes no Alentejo, a invasão de propriedade privada em Odemira. “São demasiados exemplos que atestam sobremaneira a completa descoordenação que hoje impera no Ministério da Administração Interna”, sublinha.
Com o Governo nas mãos da esquerda parlamentar radical e a revelar “tiques de clientelismo e de nepotismo”, Adão Silva afirma que temos uma governação onde “a preocupação primeira é a de satisfazer os interesses corporativos e os amiguismos representados”, onde impera uma cultura política de facilitismo e de subordinação do mérito à falta de empenho e de vontade
Em alternativa, o líder parlamentar do PSD frisa que “precisamos de uma aposta nas empresas, precisamos de reformas estruturais em diversos setores da vida nacional, precisamos de uma administração pública despartidarizada e dirigida por quadros tecnicamente capazes, precisamos de rigor, organização e exigência”. Em suma, resumiu Adão Silva, “precisamos de um Governo que traga esperança”.

 

Carlos Peixoto acusou António Costa de se comportar como “o novo dono disto tudo”. O Vice-Presidente da bancada do PSD criticou o Governo por não cumprir uma Lei da Assembleia da República que impõe uma redução de 50% das portagens nas ex-SCUT.
O deputado sinalizou ainda que “o Ministro Eduardo Cabrita tem acumulado desastres atrás de desastres, tem escondido verdades atrás de verdades e sacudido a água do capote com a mesma facilidade com que respira”. Carlos Peixoto admite que o Primeiro-Ministro esteja a querer “ajudar um amigo”, mas entende que ao manter em funções o ministro “não está a ser um estadista” e está a prejudicar o país.