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Dizer que a história do nosso Partido se confunde com a história da democracia em Portugal é dizer pouco. A história do Partido Social Democrata moldou indelevelmente o rumo do nosso regime democrático ao longo dos seus 50 anos de existência. Conferiu-lhe o sinal de humanismo e de progresso económico e social que só uma visão social-democrata transporta. Direcionou-o decisivamente para o Estado social, para a economia social de mercado e para um modelo de sociedade livre, justa e equitativa.
Uma sociedade assente na igualdade de oportunidades e na valorização do mérito, independentemente da origem ou das condições de partida de cada um. Uma sociedade que valoriza a livre iniciativa sem nunca perder de vista a solidariedade. E que não deixa ninguém para trás.
Uma sociedade tolerante e promotora de consensos, no respeito pela diferença e na defesa intransigente da liberdade de expressão e do pluralismo.
Uma sociedade onde o Estado está ao serviço das pessoas, e não as pessoas ao serviço do Estado. Em que este é o garante do acesso a serviços públicos essenciais para todos e não apenas para alguns.
Uma sociedade moderna, aberta à Europa e ao mundo, de vocação Atlântica.
Tudo isto defendemos. Por tudo isto lutámos. Sem o Partido Social Democrata Portugal não seria apenas diferente. Seria seguramente mais imperfeito e incompleto.
Como nenhum outro, o Partido Social Democrata coloca a pessoa, e a sua busca incessante pela realização e a felicidade, no centro da ação política. Assim nos ensinaram Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota, fundadores do nosso Partido. Um país não se constrói sem pessoas, muito menos contra as pessoas, consideradas individualmente na sua dignidade, nas suas necessidades e aspirações. O bem comum não é uma construção abstrata. Concretiza-se em cada cidadão, materializa-se em cada um de nós.
Celebrar os 50 anos do Partido Social Democrata é evocar e trazer ao presente todos os homens e mulheres – militantes, simpatizantes, dirigentes – que ao longo do tempo engrandeceram o nosso Partido com a sua entrega, trabalho e exemplo. Todos aqueles que, servindo o Partido, serviram Portugal.
Os que foram a votos e ganharam e os que foram a votos e perderam. Os que nunca desistiram nem do ideal social-democrata, nem do país.
Todos aqueles que, investidos pelo voto democrático, cumpriram com honra, zelo e responsabilidade as funções públicas que o povo lhes confiou. Numa Assembleia de Freguesia ou na Presidência da República. Entregando sempre a sua freguesia, o seu município ou o seu país em melhor estado do que aquele em que o receberam. A todos prestamos a nossa homenagem, a todos agradecemos, de todos nos orgulhamos.
Aos que cá estamos hoje, cabe-nos a difícil e nobre missão de preparar o Partido Social Democrata para os próximos 50 anos. Abrir caminho rumo ao centenário. É o legado que recebemos, é a responsabilidade que assumimos. O futuro do Partido Social Democrata faz-se todos os dias do equilíbrio entre experiência e renovação, entre firmeza de valores e flexibilidade de ação, entre identidade e evolução.
Um futuro que estamos já hoje a preparar. As mudanças que aprovamos em novembro último no âmbito da revisão estatutária projetam o nosso Partido para, nos próximos anos, ser ainda mais forte, unido e coeso.
Com cada vez mais transparência e compromisso ético. Com mais participação, mais abertura à sociedade, mais independentes. Com mais simplicidade, justiça e eficiência nos procedimentos internos. Com mais paridade de género, até esbatermos completamente as diferenças de representatividade entre homens e mulheres nos órgãos e estruturas do Partido. E com mais jovens. Porque o futuro é renovação, é mudança, são novas formas de ver e compreender o mundo. Dando-lhes espaço para crescer, ferramentas para se prepararem e qualificarem. Não apenas para renovarmos os nossos quadros com sangue novo, mas sobretudo para que Portugal possa contar com uma social-democracia rejuvenescida e robustecida nos anos vindouros.
Tal como os que estavam a iniciar o Partido há cinquenta anos, hoje também não podemos saber o que contar do futuro. Mas como eles, sabemos que o futuro conta connosco. Abraçamo-lo com confiança e esperança.
Luís Montenegro
Presidente do PSD e Primeiro-Ministro
(artigo de opinião exclusivo, que será publicado na edição do "Povo Livre" de 8 de maio)