Movimento Acreditar arranca em Coimbra para debater demografia

11 de janeiro de 2023
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O movimento Acreditar, plataforma de discussão com a sociedade civil consagrada na moção de Luís Montenegro do 40.º Congresso, promove em Coimbra, na segunda-feira, a primeira iniciativa associada à nova etapa do programa “Sentir Portugal em Coimbra”.

O primeiro tema deste roteiro será a demografia, um dos desafios estruturais do país, numa reunião que juntará, além do Presidente do PSD e dos coordenadores do Acreditar e do Conselho Estratégico Nacional (CEN), personalidades que têm uma palavra a dizer sobre o impacto que “o inverno demográfico” tem em áreas como a saúde e educação.

Segundo Pedro Reis, o tema demográfico será abordado em dois planos: um plano de fundo de como é que se recupera a taxa de natalidade que torne um país sustentável. Depois, há medidas que necessariamente terão de ser pensadas, como políticas de emigração ativa, qualificada e direcionada para colmatar as nossas lacunas”, enunciou.

Além do “roteiro Acreditar”, que estará associado mensalmente à deslocação de Luís Montenegro por um distrito do país, o movimento quer organizar “quatro ou cinco” grandes encontros por ano, com uma dimensão nacional e também centrados em temas, como educação, qualificação e talento; saúde e bem-estar; mobilidade, sustentabilidade e ambiente; ou economia, produtividade e internacionalização.

Em entrevista à Lusa, Pedro Reis, coordenador do movimento Acreditar, considerou que as iniciativas do movimento serão “termómetros, antenas” que o PSD quer colocar no país e na sociedade civil para se “conectar com as aspirações para o futuro e as preocupações dos portugueses”.
 

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PSD tem um “espaço enorme” para se distinguir do PS

Pedro Reis defende que o PSD tem um “espaço enorme” para se distinguir do PS na agenda económica e considera o atual modelo económico “profundamente insuficiente” pela incapacidade de gerar crescimentos fortes.

O gestor e antigo presidente da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) frisa que ter finanças públicas saudáveis é “um ponto de partida”, mas “não chega”. “Eu costumo dizer que a economia portuguesa, se fosse um carro, tinha uma pedra à frente, que é a burocracia, e uma pedra em cima, que era a fiscalidade. Não consegue mexer o carro, acelerar o carro da economia portuguesa, daí nós andarmos há 20 anos com crescimentos anémicos”, apontou.

Pedro Reis entende que as contas públicas certas visam “gerar crescimento”. Nesse quadro, é preciso apostar na “vitalidade do setor privado” e internacionalização da economia, o que implica “o combate à burocracia, a redução da fiscalidade, e melhores condições de competitividade”.

Segundo o gestor, a forma como o Estado se organiza “não liberta crescimento”, sublinhando que muitos funcionários públicos – citando o exemplo da AICEP – “nada ficam a dever aos melhores profissionais do setor privado”, mas depois “não estão motivados para trabalhar mais e melhor”.

Pedro Reis acusa, ainda, o Governo e o PS de não darem “respostas concretas” sobre como é que as suas políticas vão gerar “crescimentos fortes”. “Eu não vejo essa agenda, acho que o PSD tem um espaço enorme de progressão nesta agenda e é por isso que queremos ouvir o país, porque quem sabe são as pessoas que estão pelo país fora a criar riqueza e isso é algo que está no DNA do PSD, é aí que o PSD nasceu e é aí que o PSD tem de construir a sua alternativa, referiu.