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Luís Montenegro acusa António Costa de querer passar a responsabilidade para outros, a propósito do questionário que criou para escrutinar os futuros governantes.
Intervindo no 39.º aniversário dos Trabalhadores Social Democratas, em Vagos, esta sexta-feira, o Presidente do PSD desafia o Primeiro-Ministro a aplicar o mecanismo de fiscalização prévia, ou seja, o questionário das 36 perguntas, ao seu Governo. “Este questionário não é para resolver nenhum problema do país, é só para resolver um problema do doutor António Costa, mas o problema é ele, que não sabe escolher ou escolhe mal. O problema é ele, que não quer assumir a responsabilidade e passá-la às pessoas e quer arranjar maneira de que, qualquer dia, ninguém queira ir trabalhar com ele. Se ele acha que trabalhar com ele é preciso responder aquele questionário, então a primeira coisa que ele tem de fazer é dar já a quem já está a trabalhar com ele a folha para ser preenchida, para ele verificar se está ou não em condições de garantir a confiança daqueles que trabalham com ele, hoje. Senhor António Costa, tenha coragem, dê os questionários aos seus ministros e secretários de Estado e depois diga ao país se tem ou não confiança em todos os membros do seu Governo”, assinalou.
O líder do PSD apelou ainda ao Primeiro-Ministro para que “governe a favor dos cidadãos”. “Eu quero dizer ao doutor António Costa, deixe-se de habilidades, de truques, de subterfúgios, de andar a minar a comunicação social com questões laterais, deixe de ter uma máquina a mandar lama para os seus adversários. Governe a favor das pessoas, governe a favor do crescimento da economia e da transformação dos nossos serviços públicos para servirem os nossos cidadãos”, disse.
Os governos socialistas nivelam tudo por baixo
Em concreto, Luís Montenegro critica os governos socialistas de nivelarem a sociedade por baixo, criando uma “sociedade desequilibrada, injusta e pobre” e cada vez mais dependente do Estado.
Além dos 1,9 milhões de portugueses que estão no limiar da pobreza e dos 4 milhões que estariam no limiar da pobreza se não recebessem apoios sociais, o líder do PSD recorda que “há cada vez mais portugueses que ganham o salário mínimo nacional”.
De igual modo, Portugal não pode continuar a ter pessoas que se levantam para trabalhar e, no final do dia tenham um rendimento inferior a quem não tem esse esforço. “É que há gente que trabalha e que no final do dia consegue ganhar menos dinheiro do que gente que não trabalha e isto é um sinal de pobreza. Isto é talvez a melhor imagem de pobreza de uma comunidade, de um país”, sustentou.
Luís Montenegro considera que “não nos podemos conformar” com “uma sociedade desequilibrada, injusta, pobre” e sem oportunidades. “O país precisa efetivamente muito de nós, não pode continuar muito mais tempo a ser governado com esta irresponsabilidade, ligeireza e incapacidade de tratar do que é de todos, do futuro de todos”, referiu.
Ao longo do seu discurso, Luís Montenegro vincou ainda que não se consegue “suportar mais uma governação que chega a um pântano, uma bancarrota ou a um estado de empobrecimento” que coloca Portugal na cauda da Europa. Pelo contrário, sublinhou Luís Montenegro, “o PSD é um partido que valoriza o trabalho, o esforço, o mérito, que valoriza a capacidade que cada um dá para criar riqueza e todos vivermos melhor”.