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Luís Montenegro considera que o “complexo ideológico do Governo” está a prejudicar o acesso dos portugueses aos cuidados de saúde. Para o líder do PSD, a consequência imediata da “ideologia política da ministra da Saúde” é que “as pessoas com menos dinheiro” desesperam por uma cirurgia ou uma simples consulta hospitalar.
Após reunir com o Conselho de Administração do Hospital de Braga e com a Comissão de Trabalhadores, esta segunda-feira, o Presidente do PSD sublinha que o problema “não está nos gestores e muito menos nos trabalhadores”, mas na “rigidez” do modelo de gestão das entidades públicas, com reflexos no funcionamento dos hospitais, seja “na autonomia para tomar decisões e para reter recursos humanos” seja no fornecimento de “equipamentos e materiais”.
“Os portugueses estão a ser prejudicados pelo resultado de políticas carregadas com a ideologia política nos últimos anos e que motivaram alterações no regime de funcionamento de unidades, como é caso do Hospital de Braga, que penalizam a oferta da qualidade de serviço prestada aos cidadãos. (…) Esta forma estatizante de olhar para os serviços públicos está a criar uma grande desigualdade social. As pessoas pobres, que vêm para a porta do hospital, têm de esperar meses, senão anos, para uma consulta ou uma cirurgia. As pessoas que têm melhores condições económicas recorrem aos serviços de saúde do setor privado e do setor social, incluindo hoje o facto de termos praticamente metade da população a pagar seguros de saúde para minorar os custos que têm no acesso a esses cuidados”, afirmou.
O Presidente do PSD exorta o Governo a abandonar este “complexo ideológico como marca da sua política de saúde”, optando antes por um “horizonte de complementaridade do setor público com o setor privado e social”, para que Portugal possa ter “um sistema público de saúde que ofereça” cuidados de saúde “às pessoas, independentemente da sua condição económica”.
“É uma incapacidade total, em poder reter profissionais de saúde que são atraídos por melhores condições que o sistema privado está a oferecer”, exemplificou Luís Montenegro.
Nos últimos meses, o Hospital de Braga tem sido uma das unidades mais afetadas pelo “caos” no Serviço Nacional de Saúde, com o encerramento das Urgências de Ginecologia/ Obstetrícia e de Pediatria.