Notícias relacionadas
Numa análise aos cem dias de ação do XXIII Governo Constitucional, Luís Montenegro considera que os portugueses sentem no dia a dia a incompetência e desorientação do Executivo socialista. “Quando Portugal olha para estes cem dias parece que já são cem meses, dado que nada mudou com a maioria absoluta do PS”, afirmou.
Em declarações após a primeira reunião com o Grupo Parlamentar do PSD em que participou como Presidente do partido, Luís Montenegro lamenta que o Executivo não seja “capaz de mudar estruturalmente o país” nem “de suster a rota de empobrecimento em que estamos mergulhados”.
O líder do PSD critica a incapacidade de resposta do Governo perante a perda acentuada de poder de compra das famílias, seja nos serviços públicos “caóticos”, “em particular na saúde” seja nas “insuficiências na educação, na falta de professores” e “na recuperação” escolar decorrente da pandemia.
“São mais cem dias perdidos em cima dos seis anos e meio anteriores, e são cem dias de perfeita confusão, desnorte, diria mesmo, de ligeireza no exercício das funções do Governo”, sintetizou.
Para Luís Montenegro, a debilidade mais nítida do Governo é “a falta de autoridade e de credibilidade”, “a confusão, bagunça mesmo, que reina” entre os membros de um Executivo, cuja “autoridade do Primeiro-Ministro está ferida” por causa da “querela” “dentro do núcleo duro do Governo”, ainda por explicar aos portugueses, sobre a trapalhada aeroportuária para Lisboa.
A este propósito, Luís Montenegro reafirma que “o Governo foi incapaz de tomar qualquer decisão” sobre o novo aeroporto, recordando que o Executivo “anda há, quase dois anos, a concluir um procedimento que foi acordado com o PSD, para a realização de uma Avaliação Ambiental Estratégica que ponderasse três localizações [Portela + Montijo, Montijo + Portela ou Alcochete]”.
“O tema aqui é a incapacidade deste Governo de tomar decisões, incluindo uma que é meramente administrativa”, assinalou.
Sobre os debates quinzenais, Luís Montenegro defende que a principal preocupação é travar “os abusos do rolo compressor da maioria”, sendo que os debates quinzenais são “instrumentos de fiscalização” normais em democracia.
“A nossa proposta é muito direta: queremos retomar os debates quinzenais na formulação que eles tinham anteriormente. Poderá haver um formato, um modelo aprimorado, mas não pomos em causa a natureza dos debates quinzenais”, explicou.