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Luís Montenegro reafirma o papel da agricultura como setor estratégico para todo o país, razão pela qual o Estado deve encará-la como “imperativo nacional”, procurando modernizá-la e torná-la mais competitiva e sustentável.
“Não é por estar aqui que considero a agricultura um setor estratégico de desenvolvimento económico e social. A agricultura é estratégica para termos o território mais ocupado e para termos soberania alimentar. A nossa autonomia, a nossa soberania e a nossa independência também se manifestam na capacidade de produzir aquilo que precisamos para nos alimentar”, declarou.
Este domingo, em Santarém, no Encontro Nacional de Agricultores e Mundo Rural da Aliança Democrática, Luís Montenegro insistiu que a agricultura constitui “um esteio daquilo que é uma comunidade organizada, um esteio da nossa cultura, da nossa identidade nacional, da ocupação do território, da coesão social e territorial”, além de ser “o ganha-pão de muitas famílias”.
De acordo com o líder da AD, o turismo, a restauração, a indústria transformadora, o comércio e muitos serviços dependem da dinâmica do setor agrícola. “A ruralidade é um fator distintivo do nosso território. (…) Termos o território ocupado, termos as nossas tradições vivas, é uma forma de alavancar um crescimento que vai muito para além de termos produtos na nossa mesa”, acrescentou.
Do ponto de vista ambiental, considera Luís Montenegro, a agricultura é indispensável para a “transição ecológica”, na medida em que os “agricultores são os principais artífices do equilíbrio ambiental em Portugal." “Aqueles que querem desfazer esse equilíbrio, fazendo prevalecer o ambiente face à agricultura, estão a tratar mal a agricultura, mas também estão a tratar mal o ambiente e tem de se perceber isso”, criticou.
Na vertente florestal, Luís Montenegro destacou que a agricultura é determinante para “o equilíbrio do ecossistema, para garantirmos a biodiversidade, e é crucial para evitarmos este flagelo que nos atormenta todos os anos que são os incêndios florestais”.
“Se os campos não estiverem cultivados, se a floresta não estiver organizada, nós estamos muito mais expostos a que haja incêndios e, pior do que isso, que os incêndios tenham repercussões muito maiores. Todos os territórios que têm organização e exploração florestal estão muito menos expostos àquilo que são as tragédias dos incêndios e, quando eles ocorrem, têm consequências muito menores”, referiu.
Perante um auditório com centenas de agricultores de todo o país, o líder da AD assinalou que o setor agrícola se encontra “num momento de rutura por manifesta incompetência do Governo” PS em responder “aos problemas reais dos agricultores”.
Luís Montenegro enumerou várias prioridades para o setor agrícola, em especial a “reintegração das florestas e do desenvolvimento rural no mesmo Ministério”, a “promoção de uma relação de proximidade com os agricultores”, “pagar a tempo e horas diminuindo a burocracia” e “diminuir as diferenças de tratamento que existe com outros países da União Europeia, em particular com os nossos vizinhos espanhóis”.
Por fim, defendeu a necessidade de criar um Ministério que olhe para as particularidades agrícolas de todo o território, de Norte a Sul e Ilhas, ressalvando que o setor agrícola é importante “não só para as zonas onde a agricultura tem mais preponderância”, “mas também para os meios urbanos”.
“A agricultura é, portanto, estratégica para nós podermos ter uma sociedade mais justa. Ela é estratégica também para quem vive na cidade, a agricultura é estratégica para todos. A agricultura é um imperativo nacional. (…) Não é só no Alentejo, Ribatejo ou nas Beiras que há agricultura. Há atividades agrícolas em todo o nosso território e vamos ter um Ministério da Agricultura a olhar para as necessidades agrícolas de todo o país”, frisou.